Ainda dá tempo de comprar presentes

CAMILA DA SILVA BEZERRA

Ainda dá tempo de comprar presentes para entregar aos amigos e familiares no Natal. A reportagem do Jornal da Tarde circulou por centros comerciais da cidade e constatou que, apesar do grande movimento, as lojas ainda têm diversas opções de presentes de última hora, especialmente roupas, brinquedos, perfumes e celulares. Estes são os itens preferidos dos consumidores paulistas, segundo a pesquisa Perfil de Presentes, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio- SP).

De acordo com o levantamento, 50,3% dos entrevistados declararam que comprariam roupas para o Natal. Brinquedos foram os preferidos para 22,8% e perfumes, 10,3%. O telefone celular foi o produto lembrado apenas por 2,9% dos consumidores.

A maioria dos consumidores que comprava ontem no Shopping Center Norte, por exemplo, carregava sacolas de lojas de roupas. “No caso das roupas, é possível encontrar produtos de todas as faixas de preços, o que acaba atingindo todos os tipos de consumidores”, diz o assessor econômico da Fecomércio, Altamiro Carvalho. “É um item que apresenta variedade grande de modelos.”

É o caso de Josely Vedovelli e da filha Beatriz. As duas procuravam roupas, mas reclamaram da falta de variedade. “Muitas peças acabaram e há pouca opção, pois não há cores e nem tamanho de várias produtos”, diz a psicopedagoga Josely. Em relação ao preço, elas não notaram diferença ou promoções. “Só encontraremos preços mais baixos depois do Natal”, conformou-se Josely.

Carvalho, da Fecomercio, afirmou que o porcentual baixo dos celulares na pesquisa pode ser explicado pelos valores dos produto, que são mais altos. “Ao contrário das roupas, você não encontra celulares por R$ 20 ou R$ 30.”

No entanto, ao menos de última hora, os celulares acabaram se tornando uma opção concorrida. “Tivemos um bom número de vendas de celulares ao longo do ano, mas apenas nesta semana, as vendas dos aparelhos celulares aumentou 25% em relação à semana passada. E a maioria dos clientes estava comprando para presente”, afirma Carlos Eduardo Moraes, gerente da loja da Vivo do Center Norte.

No comércio paulistano, é possível encontrar modelos de celulares a partir de R$ 179,99 e smartphones por R$ 199,99. Já o iPhone 4S, novo sonho de consumo dos aficionados por tecnologia, saía por R$ 2,1 mil.

A empresária Cassia Guimarães, de 44 anos, aproveitou o programa de fidelidade oferecido pela sua operadora e decidiu adquirir um celular para dar à filha. “Não vou gastar quase nada e vou dar um presente bom para ela”, disse.

O médico Eduardo Lourenço, de 45 anos, achou que os preços dos brinquedos estavam bons e acabou comprando três produtos. Na tarde de ontem, ainda era possível encontrar brinquedos a partir de R$ 4,99 – no caso, miniaturas de carros para coleção.

Mantendo o orçamento
Para não contrair dívidas, o especialista em finanças Richard Rytenband, afirma que o consumidor deve fazer um planejamento antes de sair de casa. “Tem de ter uma estratégia, como estipular um orçamento para visualizar o quanto se pode gastar. Dentro deste orçamento, o consumidor deve encaixar todos os presentes. Por isso, é importante fazer uma lista de prioridades”, aconselha.

O consultor financeiro Gustavo Cerbasi aponta que só é interessante comprar um presente, especialmente de última hora, quando o consumidor tem certeza do desejo do presenteado. “Quando a pessoa está em dúvida, é interessante perceber que o vale-compras é economicamente interessante, pois o presenteado poderá comprar mais produtos após a data do que na véspera.”

Outra dica é pedir desconto em caso de pagamento à vista. “Quando você pede desconto de 5% ou 10%, você tem um rendimento que não consegue em nenhum outro tipo de aplicação. E o consumidor pode pedir 5% de abatimento com tranquilidade, porque esta é a taxa paga pelo lojista em transações com crédito”, ensina Reinaldo Domingos, educador financeiro.